“O ser humano
é, por excelência e por natureza, um andarilho”. A frase do maior patologista
neuromuscular do Brasil, Beny Schmidt, demonstra o quanto ele considera a
caminhada fundamental à saúde humana. “Caminhar é a opção mais certeira para
todos aqueles que procuram uma vida saudável e plena”, afirma o
médico.
Para Schmidt,
uma das vantagens da caminhada é conseguir atuar como uma aliada da boa saúde em
lutas contra os mais diversos tipos de doença. “As indicações da caminhada vão
desde a prevenção de derrames e infartos, até o combate à depressão, à
osteoporose e à diabetes”, explica.
Boa forma e
diabetes – O mais
conhecido benefício da caminhada talvez esteja na luta para manter a boa forma.
“A caminhada na esteira é um exercício físico com maior gasto de calorias porque
nós temos a tendência de variar a intensidade dos passos quando caminhamos na
rua. No entanto, mesmo com menor queima calórica, caminhar ao ar livre é
extremamente prazeroso, principalmente se for à beira do mar ou em um parque”,
comenta Schmidt.
Para o médico,
o tempo ideal de caminhada varia de indivíduo para indivíduo e também de acordo
com a faixa etária. “Mas, de uma maneira geral, podemos dizer que uma pessoa que
caminha uma hora e meia por dia já atinge um ótimo índice de atividade física
diária”. Para Schmidt, caminhar se tornou um hábito mais saudável que correr,
pois gera menor atrito nas articulações e, consequentemente, menor número de
lesões musculares.
A caminhada
também vem se revelando uma importante aliada dos diabéticos. “Juntamente com o
controle da dieta, promove a diminuição da obesidade e favorece o controle da
glicemia pelo consumo de energia, além do efeito psicológico favorável por conta
do prazer que proporciona”.
Depressão e
qualidade de vida –
A liberação de endorfina pelo sistema nervoso central durante a caminhada é
responsável pelas sensações de alegria, relaxamento e bem-estar, armas poderosas
no combate à depressão. Além disso, a endorfina deixa o atleta mais disposto
durante o dia e com uma melhor qualidade do sono à noite. E, segundo o
especialista, outro fator importante é o aumento dos estímulos cerebrais
provocado pelo exercício, que contribui ativamente para manter a saúde do
órgão.
Circulação
e prevenção –
Movimentar-se é fundamental para melhorar a circulação sanguínea. “A caminhada
faz com que a musculatura da parede dos vasos sanguíneos ajude a impulsionar o
sangue até as extremidades. Além disso, as atividades físicas são
importantíssimas para fazer com que a velocidade e a pressão sanguínea possam
ser bem administradas pelo corpo”, explica Schmidt.
Uma
consequência direta da melhora da circulação é a prevenção de doenças cardíacas.
“A caminhada é uma arma fundamental para evitar derrames e infartos, pois ajuda
o miocárdio a bombar o sangue no início da circulação”.
Osteoporose
e pulmão – Segundo
Beny Schmidt, junto com a exposição solar, a caminhada se destaca como o melhor
investimento contra a osteoporose. “Usar os ossos é a melhor forma de cuidar
deles”, explica.
Já a
respiração é outra grande beneficiada pelas caminhadas. “Andar melhora a
capacidade vital, o VO2 máximo e tanto a inspiração quanto a expiração pulmonar.
Além disso, por manter a saúde do corpo, inibe inflamações oportunistas. Tudo
isso sem contar o quanto faz bem para os pulmões a qualidade do ar inspirado
quando se faz uma caminhada em um parque, por exemplo”, finaliza o médico.
Sobre Beny Schmidt
Beny Schmidt é chefe e
fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de
Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua
equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com
mais de doze mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula
muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo
esquelético - a distrofina.
Beny Schmidt possui
larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou
consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas
olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do
Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo
Clube Atlético Paulistano).
Seu pai, Benjamin José
Schmidt, foi o responsável por introduzir no Brasil o teste do pezinho.