Por orientação da Promotoria de Justiça de Nova Venécia, o
tráfego na ponte de São Gonçalo, sobre o Rio Cricaré, na divisa entre os
municípios de Vila Pavão e Nova Venécia foi restringido a veículos de no máximo
2.000 quilos.
Na manhã desta terça-feira, 15, a Defesa Civil de Vila Pavão
colocou blocos de granito na entrada da ponte do lado pavoense para
impossibilitar a passagem de veículos pesados pelo local. A medida foi adotada
como forma de precaução, após análises técnicas constarem a precariedade em sua
estrutura que mesmo sob proibição vinha sendo utilizada para o tráfego de
caminhões carregados, o que passou a incomodar as autoridades e a população que
temem acidentes, destruindo assim, a única via de acesso entre os municípios.
Entenda
A velha ponte de madeira com mais de meio século de
existência e aproximadamente 60 metros de extensão, ao longo dos anos foi
destruída e reconstruída várias vezes. Nas enchentes de 2013/14, depois que a
coluna central que a sustentava foi arrancada pela força da correnteza, a
Secretaria de Obras de Vila Pavão e a comunidade local, reconstruíram
precariamente a ponte utilizando longas vigas de madeira sobre colunas de aço
soldadas sobre um pedaço da estrutura que sobrou. Isso permitiu o acesso da
população ribeirinha que era obrigada a fazer a travessia em botes improvisados
sem nenhuma segurança.
Entretanto, devido à precariedade da sua estrutura, só foi
permitido trafegar no local , pedestres, motocicletas e automóveis leves.
Mas na prática, não foi isso o que aconteceu. Como a região
aglutina várias empresas extratoras de granito e produtores de café, mesmo sob
proibição a ponte vinha sendo utilizada para o transporte de cargas.
Com interdição da ponte de São Gonçalo para o trânsito de
caminhões, os motorista têm como opção,
a ponte de Nova Venécia ou a ponte de Vila Itaperuna, uma aumento de
cerca de 20 quilômetros na viagem.
Segurança
A fragilidade da ponte é visível. Ela está completamente
desnivelada, com pranchões soltos, provocando barulho capaz de deixar qualquer
motorista que passa pelo local apreensivo. Além disso, não possui nenhuma
proteção lateral e a estrutura é estreita, possibilitando apenas a passagem de
um único veículo por vez.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Vila Pavão,
Weverton Gueis Rodrigues, a ponte foi reconstruída como medida paliativa para
não deixar a comunidade no isolamento e
para o tráfego limitado de veículos. “Se não era apropriada transitar nela na
época que foi reconstruída, quando mais agora que já se passaram quase dois
anos e logicamente sua condição se deteriorou.
Então fizemos essa nova interdição, orientada pelo Ministério Público,
pensando na segurança da população, o que não impede a sua interdição total,
caso um novo laudo aprovado por técnicos da Defesa Civil e Prefeitura dos dois
município ateste algum risco para a população”, explicou.
Ponte nova
O projeto de uma nova ponte que atenda à demanda de tráfego
na região e de segurança, foi elaborado por uma equipe do Governo do Estado e
encaminhado para o Governo Federal.
A notícia da aprovação do projeto veio no Diário Oficial da
União do dia 05 de dezembro de 2014. Através da Portaria nº 324, a União, por
intermédio do Ministério da Integração Social, autorizou o empenho e repasse de
recurso para construção de pontes destruídas pelas enchentes 2013.
No início do mês de maio deste ano, o Prefeito Eraldino Jann
Tesch chegou a assinar as ordens de serviço autorizando o início das obras da
construção de uma nova ponte sobre o Rio Cricaré, que dá acesso à comunidade de
São Gonçalo com 70,40m de extensão por
5,80m de largura e Ponte sobre o Rio XV de Novembro (21,10 x 4,2m) ambas no município de Vila Pavão, destruídas
nas enchentes do final do ano 2013 com investimentos oriundos do Ministério da
Integração Social envolvendo recursos na
ordem de R$ 1.908.318,22 milhões, porém, técnicos e engenheiros da empreiteira
encarregada da execução dos serviços
tiveram que fazer algumas modificações no projeto de edificação da obra que
exigiu perfuração de rocha no leito do rio e não bate estaca como indicava o
projeto original.
Isso, alterou o cronograma de execução da obra, mas, segundo
informou o Prefeito, todas as alterações no projeto foram aprovadas e o início
da construção da ponte, só depende agora
da liberação da primeira parcela dos recursos pelo Ministério da Integração
Social.