sábado, 13 de agosto de 2011

Ricardo Ferraço critica ‘governabilidade a todo custo’ na gestão pública do país


Agência Senado - Diante das sucessivas denúncias de irregularidades em órgãos do Executivo, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou, em pronunciamento em Plenário nesta quinta-feira (11), que é hora de o país repensar o atual modelo de gestão pública, baseada no governo "de coalização" e na "governabilidade a todo e qualquer custo".
Para o senador, esse modelo trouxe, historicamente, benefícios ao país ao assegurar ao governo sustentabilidade para adoção de suas políticas públicas. Mas, hoje, o pragmatismo nesta relação entre Executivo e Legislativo estaria "no limite da irresponsabilidade", uma vez que, no governo, o apadrinhamento político estaria se sobrepondo às contratações por mérito e competência.
- Sabemos todos que as negociações que garantem o apoio parlamentar nem sempre são exatamente republicanas e podem acabar comprometendo a gestão e os resultados da máquina pública. É o que podemos comprovar à luz das últimas denúncias que têm ocupado as manchetes da mídia brasileira. Se podemos tirar uma lição da atual crise, essa lição é que o modelo de presidencialismo de coalizão ou da governabilidade a todo e qualquer custo, que fundamenta nossa democracia, está esgotado e abre brechas para o descaminho e para a falta de resultados na administração pública - argumentou o senador.
Ricardo Ferraço explicou que não é contrário a alianças políticas, mas elas deveriam basear-se apenas em compromissos em torno de um projeto nacional baseado no interesse público. Além disso, as indicações partidárias, que o senador considera legítimas, deveriam atender somente a critérios éticos e de competência técnica.
O senador questionou ainda o número "escandaloso" de cargos comissionados existentes no governo federal. São mais de 20 mil cargos de confiança, que dispensam o filtro do concurso público. Ferraço comparou esse número ao de países como França e Alemanha, que contam apenas com 500 cargos comissionados.
- Reduzir o inchaço da máquina pública não é apenas cortar gastos desnecessários, mas colocar um freio no aparelhamento desmedido do Estado. É permitir um controle mais eficiente da gestão pública - cobrou o senador, que concluiu o pronunciamento indagando quantas crises mais serão necessárias até o país perceber que este modelo de gestão está esgotado.

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