sábado, 5 de novembro de 2011

Nova Venécia continua entre os municípios com baixo índice de violência no Estado

Do lado ruim, Pinheiros lidera o ranking

Os números da violência continuam em alta no Espírito Santo. E os dez primeiros meses deste ano revelam que a violência definitivamente migrou para o interior.
Entre os 14 municípios mais violentos, 12 são do interior do Estado. Pinheiros e Pedro Canário, a exemplo do que aconteceu no primeiro semestre deste ano, seguem no topo da lista. Pinheiros registrou 26 homicídios, o que projeta uma taxa de 134 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Pedro Canário aparece na segunda posição com taxa de 100 homicídios/100 mil. (Confira na tabela abaixo da matéria).
De janeiro a outubro de 2011, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) registrou 1.434 homicídios. Desse total, 897 (62%) assassinatos ocorreram na Grande Vitória e 537 (38%) no interior. Os números são semelhantes aos de 2010, confirmando a ascendência da curva da violência no interior. No ano passado, 64% dos homicídios foram registrados nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória e 36% no interior.
Nos últimos anos, os prefeitos do interior vêm se queixando do abandono do Estado, que tem concentrando os investimentos na Grande Vitória, onde a violência causa maior impacto e chama mais atenção da opinião pública. Vitória, por ser a Capital, funciona como uma espécie de vitrine e consequentemente termômetro da violência, principalmente nas estatísticas nacionais, que consideram as taxas das capitais.
Se a distorção dos investimentos é flagrante entre os municípios da GV, é ainda mais escancarada com relação aos municípios do interior, que reclamam do abandono do Estado. Com efetivo de policiais civis e militares cada vez menor, as cidades do interior acabam se tornando alvos fáceis do crime organizado, que também já percebeu as deficiências do Estado e a vulnerabilidade do interior.
No primeiro semestre deste ano, quando Pinheiros liderava o topo da tabela com incríveis 122 homicídios por 100 mil, a reportagem alertava que o risco de ser assassinado no município era 12 vezes maior do que em São Paulo.
À época, o prefeito de Pinheiros, Antonio Carlos Machado, o Antonio da Emater (PSB), se queixava que o efetivo de policiais estava muito aquém da necessidade do município. "Temos cerca de 18 policiais fazendo o policiamento ostensivo. É muito pouco", reclamou. No município mais violento do Estado, há um policial para cada 1.277 habitantes. Na Serra, o mais violento da GV, a média é de um PM para cada 1.000 habitantes. A ONU recomenda um policial para 250 habitantes.Delegacias fechadas - Mesmo com a segurança em colapso, há algumas semanas o secretário Herkenhoff iniciou um projeto-piloto que deixa os municípios do interior ainda mais vulneráveis à violência. De acordo com o novo projeto, delegacias de várias cidades do interior passariam a fechar nos dias úteis após as 18 horas e também aos sábados, domingos e feriados, alternando o atendimento para um município referência que concentraria o atendimento da região. Essa atitude foi muito criticada por especialistas, por causas mais do que óbvias.
Na contra-mão de tanta violência, Nova Venécia aparece bem nesse mapa, registrando baixos índices de criminalidade. Outros municípios aparecem com baixo índice também, mas não tem a envergadura de Nova Venécia, que figura como o 12ª município do Estado em número de habitantes. Os outros 11 são gigantes em população e os que vêm abaixo de Nova Venécia aparecem na estatística com grande número de crimes, como é o caso de Pinheiros, Pedro Canário, Baixo Guandu e outros.
Para o prefeito de Nova Venécia, Wilson Japonês, o ótimo resultado apresentado advém da identidade da população que se apresenta como um povo hospitaleiro e de um município que investe pesado num dos baluartes da sociedade, a educação.

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